segunda-feira, 25 de julho de 2011

A RECUPERAÇÃO E ADUBAÇÃO DE SOLOS COM O USO DE LODO DE ESGOTO

Resumo
A degradação do solo é uma atual preocupação e fator presente nas discussões que envolvem a agricultura, em especial a intensiva. Os atuais recursos utilizados para a recuperação desse tipo de solo, degradado acentuadamente, mostram-se caros e nem tanto eficientes.
Um novo produto resultante do atual mundo globalizado é o lodo de esgoto, proveniente do tratamento de esgoto doméstico, que demonstra resultados, em aplicações em áreas a serem recuperadas, satisfatórios. Todavia, o seu uso gera uma preocupação crescente quanto a sua aplicação, e uma grande lacuna vista suas possíveis vantagens e desvantagens.
Nesse contexto o lodo de esgoto seria aplicável em áreas de recuperação, tanto física como químicas, ou seria uma desconhecida arma que causaria estragos em setores já prejudicados? Essa tem sido a principal repercussão que orbita em torno do lodo de esgoto. Visto isso, na recuperação dos solos, esse recurso seria viável ou prejudicial?







Palavra-Chave: lodo de esgoto, solo.

A RECUPERAÇÃO E ADUBAÇÃO DE SOLOS COM O USO DE LODO DE ESGOTO
Os solos desgastados pelas intensas atividades agrícolas fazem com que, ao passar dos anos, esse sofra com a degradação, perda de minerais, matéria orgânica, e uma intensiva lixiviação. Isso resulta na destruição do solo e, por conseqüência, na sua inutilização. Nas grandes zonas urbanas onde há as ETEs, (Estações de Tratamento de Esgoto), um produto resultante do processo de tratamento do esgoto é, quando em condições favoráveis, um forte aliado na recuperação dos solos: o lodo de esgoto.
Sem valor para as ETES, o lodo é um produto pastoso, geralmente úmido que é separado da água tratada, que retorna ao leito pluvial, descartado por essas estações. Esse lodo contém inúmeros minerais, materiais orgânicos e nutrientes que, quando bem manuseados, favorecem de maneira positiva no tratamento dos solos.
Em pesquisa liderada pelo Dr. Fabio Poggiani, do INPEF, (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), há o relato do uso de lodo de esgoto no cultivo de Eucalyptus grandis, em uma área florestal desmatada. Nos seus resultados, houve a comprovação dos benefícios desse adubo para o crescimento da vegetação, bem como para o enriquecimento do solo. Esse resultado demonstra a eficiência do lodo para o tratamento de áreas a serem recuperadas, pois a área a que o pesquisador utilizou estava com o solo pobre em nutrientes e apresentava degradações acentuadas, devido, em especial, ao seu desflorestamento. Na figura abaixo, se nota à direita o desenvolvimento especial da flora, vide o uso de lodo, e não, à esquerda.
Todavia, o uso do lodo é preocupante, pois, sendo um resíduo das ETEs, carrega consigo materiais que não são benéficos ao solo e podem causar ainda mais a inutilização dele e também prejudicar as grandes reservas subterrâneas de água, presentes em grandes proporções no Brasil. Um desses materiais são os metais pesados, proveniente principalmente do esgoto de fábricas e indústrias metalúrgicas que, se atingirem as galerias pluviais, causam poluição e um gigantesco prejuízo econômico.
Com isso, o uso do lodo de esgoto se torna uma atividade que é ao mesmo tempo benéfica, se usado racionalmente, e prejudicial se não controlado e manuseado corretamente.
A recuperação do solo com o uso desse recurso é observado positivamente no quesito de enriquecimento dos minerais, material orgânico e no aumento da absorção de água pelo solo. Esses requisitos tornam os solos mais resistentes à, por exemplo, secas mais acentuadas e eventuais degradações. A vegetação, por outro foco, em setores onde houve a aplicação controlada de lodo teve um crescimento mais acentuado e apresentou maiores teores de nutrientes do que em lugares onde esse não foi utilizado, segundo pesquisa realizada em zonas florestais pelo Pesquisador Dr. Fabio Poggiani. Esses resultados vêem a acrescentar os benefícios do lodo de esgoto como adubo e agente ativo na recuperação dos solos.
Em virtude dos seus inúmeros componentes, á de se convir que não se possa, precocemente, usar esse recurso levianamente no solo, tendo em vista o seu possível potencial poluidor. As pesquisas atuais aplicam o lodo de esgoto em áreas cujas aplicações do solo não sejam voltadas aos humanos, como é o caso das pesquisas do Dr. Poggiani, que aplicam o lodo de esgoto em zonas florestais e com intervalos de tempo de aproximadamente 3 anos, de uma aplicação a outra. O resíduo de esgoto aplicado a essa área de recuperação, cuja pesquisa enfatiza, é tratado, diminuindo assim a possibilidade de poluição do solo.
Tudo isso leva a discussão: seria o lodo de esgoto benéfico ou maléfico no uso intensivo para recuperação dos solos? A resposta é discutível e com pontos de vista divergentes. Nos resultados obtidos por Poggiani, em suas pesquisas, as áreas onde se usou o recurso como agente de recuperação de áreas degradadas, obtiveram-se grandes benefícios e nenhuma anomalia com o uso do lodo tratado e de forma controlada. Contudo, se esses apresentassem metais pesados e não fosse aplicado de forma controlada, haveria grande potencial de desastre ambiental.
Com isso, o uso do lodo de esgoto é, ao que se constata, em uma metáfora, uma usina nuclear: quando usada pacificamente pode gerar energia, mas se usada belicamente se torna uma arma em potencial. E desta forma o seu uso é uma lança de duas pontas, visto que a aplicação desses é considerada muito boa, colocando-se em pauta os seguintes fatores: uso, aplicação, tempo, estudo de impacto e tratamento.

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