Resumo
Este estudo menciona vários relatos de trabalhos executados em área de
abrangência de bacias hidrográficas, para a elaboração de análises de uso e ocupação
da terra. Os estudos e análises de qualidade da água desses locais tanto nos cursos d
água, quanto em águas subterrâneas, que geralmente são utilizadas para o
abastecimento das cidades, em centros urbanos ou em área rural, entre outros,
possuem interdependência de questões sócio-econômicas e da presença de atividades
antrópicas na região de influência de uma bacia hidrográfica e estes estão associados
aos estudos de uso e ocupação da terra nesses locais. Alguns destes trabalhos são
relatados na presente pesquisa.
Palavra chave: Geoprocessamento; Bacias hidrográficas; Uso da terra
Introdução
Com o rápido crescimento populacional, os territórios estão cada vez mais sendo
ocupados, e isso vem trazendo graves impactos ambientais, e estes estão relacionados
em todos os aspectos como: ar, água, solo e etc.
Estudos onde a informação analisada ou estudada está necessariamente, em
seu teor, condicionada à informação de localização espacial, deve ser trabalhada em
ambientes computacionais que permitam utilizar produtos de sensoriamento remoto,
tais como fotografias aéreas ou imagens orbitais, ou ainda relacionar informações
desses locais a outras características que também pertencem ao mesmo espaço
geográfico. Assim sendo, a natureza de qualquer informação obtida em um mesmo
local, pode e deve conter em sua análise, uma interação a outras, podendo inclusive
gerar novos dados.
Uso e Ocupação da Terra
CRISTOFOLETTI (1999) fez uma análise do uso e ocupação da terra na
Bacia Hidrográfica do Córrego do Pinto, analisando através das quantificações os tipos
de uso que atualmente se processa nessa região, a retirada de vegetação transformou
a paisagem em áreas de agropecuária e pastagem em mais de 50% da área da Bacia,
sendo que um dos problemas vem a ser os animais presentes que causam um
ravinamento da Bacia, causado do pisoteio do gado.
Através de uma pesquisa para o diagnóstico sócio-econômico na Bacia do Rio
Ibicuí, RS, foram mapeadas e georeferenciadas as propriedades rurais, escolas e
postos de saúde existentes na área de estudo. Foram realizadas coletas de amostras
de água que estas pessoas consumiam e encaminhadas para exames bacteriológicos,
verificando-se as condições sanitárias das fontes de abastecimento. Uma das
aplicações do geoprocessamento neste trabalho foi o uso de imagens orbitais ou
satelitárias para estudos de uso e ocupação da terra na área de abrangência da bacia
hidrográfica. Para este trabalho foram utilizadas imagens do satélite LANDSAT 5, do
Sensor Tematic Mapper, produto mais difundido e utilizado até hoje, entre as muitas
opções de que dispomos hoje para estudos desta natureza. A figura 1 apresenta um
mosaico de imagens do satélite da série LANDSAT, de maneira a abranger exatamente
os limites da bacia hidrográfica onde foi realizado o estudo.
Na atualidade, várias são as fontes possíveis de dados orbitais para estudos em
bacias hidrográficas. O INPE, Instituto de Pesquisas Espaciais disponibiliza no seu site
um sistema de cadastro e dowload de imagens orbitais dos satélites CBERS (satélite
sino-brasileiro) e Landsat (satélite americano) de forma gratuita. Hoje, no entanto, há
muitas outras opções de recursos em outras resoluções espaciais e espectrais que
podem ser mais interessantes, de acordo com o nível de detalhamento utilizado nos
trabalhos. O INPE disponibiliza também em site, orientações sobre como adquirir as
imagens. Recentemente, as imagens do Satélite japonês ALOS foram disponibilizadas
para aquisição a preços mais populares no site do IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Esta é mais uma forma através da qual o Governo brasileiro
procura popularizar a geoinformação. As opções se ampliam nesta área, e
naturalmente os estudos em bacias hidrográficas tendem a evoluir em número e em
qualidade, devido também a novas resoluções espaciais destes dados.
VAEZA et al (2008) utilizaram imagens do sensor QUICKBIRD de alta resolução (0,61
m) para estudar o uso e ocupação da terra na bacia do arroio dos pereiras no Município
de Irati. Os autores obtiveram resultados bastante detalhados para estudos sobre os
níveis de impermeabilidade do solo na área da bacia.
Processo de Urbanização
Conforme TUNDISI (2003), a contaminação das águas subterrâneas por percolação de
resíduos de aterros sanitários, lagoas de estabilização, perdas por derrames, acidentes
em tanques de reservas de combustíveis e descargas de fossas negras é uma fonte
importantíssima de deterioração dos recursos hídricos e das reservas disponíveis. O
uso de fertilizantes na agricultura pode contaminar, por percolação, os aqüíferos.
Tanques de reserva de resíduos industriais (alguns tóxicos), de resíduos de animais
(fezes) ou para reserva de ração, e a disposição inadequada de todos os tipos de
resíduos sólidos e líquidos, também podem causar a contaminação das águas
subterrâneas. No Brasil, fontes significativas de contaminação são: a mineração,
tanques de combustíveis em postos de serviços, fazendas com criação de gado
confinado, suínos ou aves, em que o material sólido é disposto inadequadamente no
solo. Ainda em cidades o grande aumento de construções, fazendo com que o solo
tenha certa impermeabilidade, onde as chuvas trazem como graves conseqüências
como às enchentes, que são cada vez mais freqüentes. O processo de urbanização
das cidades brasileiras associado ao aumento populacional, teve como uma de suas
conseqüências, a degradação dos recursos hídricos. Em estudo realizo por este
mesmo autor na cidade de Araraquara/SP - Brasil, foi analisado o processo de erosão
da microbacia Marivan, e do modo em que as pessoas estão degradando-o. Este autor
cita o problema da qualidade da água, que servirá para o abastecimento de água do
município. Neste estudo a identificação e o mapeamento dos impactos ambientais na
microbacia do córrego Marivan (Araraquara/Sp - Brasil) chegou-se à conclusão de que
vem ocorrendo uma perda na qualidade da água que a cidade recebe devido ao
córrego em questão, que vem a ser um dos principais responsáveis pelo abastecimento
da água da cidade. As atividades antrópicas vêm causando impactos ambientais
consideráveis. Através da criação de um sistema de geoprocessamento pode-se
avaliar com mais cautela as áreas em que há uma maior degradação, favorecer ao
máximo a tomada de decisão, para que os impactos ambientais possam ser mitigados,
melhorando a qualidade de vida das pessoas.
DISPERATI et al (2005) elaboraram estudo de análise de problemas ambientais
abordando temas como lixo urbano, degradação ambiental e o crescimento urbano
através de avaliação multitemporal utilizando fotografias aéreas convencionais. As
fotografias aéreas também se mostram uma ferramenta eficiente para estudos
ambientais em bacias hidrográficas, desde que haja um planejamento para a sua
aquisição de acordo com padrões técnicos adequados para os trabalhos que sejam
necessários.
De acordo com VASCONCELOS (2007), Quando relacionamos bacias hidrográficas
com impactos ambientais, percebemos claramente que tanto em zonas urbanas quanto
e zonas rurais vem causando grandes estragos tanto na água, quanto no solo destas
bacias. Assim temos como exemplo: em zonas urbanas, o esgoto doméstico e
hospitalar, resíduos liberados por pequenas indústrias e comércio e o despejo de lixo,
que acabam parando no curso de água. Na zona rural, a agricultura é tida como o
principal agente degradador do potencial hídrico, tanto pela poluição por agrotóxicos e
fertilizantes quanto pelas alterações de cursos para irrigações. O mesmo autor afirma
que em zonas rurais é comum o uso da água a de poços artesianos ou de nascentes
para o consumo.
O Geoprocessamento
O geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de tecnologias
voltadas à coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo específico. O
geoprocessamento utiliza programas de computador que permitem o uso de
informações cartográficas (mapas e plantas) e informações a que se possa associar
coordenadas desses mapas ou plantas. Que neste contexto possibilita-nos, fazer
mapas que nos indiquem problemas ambientais, e por meio deles, tomar decisões que
amenizem ou solucionem os impactos ambientais INPE (2000). Tal tecnologia, se
utilizada como ferramenta de suporte à gestão de recursos hídricos, pode auxiliar
enormemente no processo de análise e de tomada de decisão no planejamento correto
do uso de da ocupação da terra sobretudo em áreas de mananciais.
Considerações finais
Nos estudos das ações antrópicas rurais na bacia hidrográfica do manancial alagados
em Ponta Grossa (Pr) – Brasil, pode-se notar que na maior parte dos moradores da
zona rural, estão expostos aos riscos causados pela utilização da água que não está
apropriada para o uso, e que métodos básicos de cuidado com o destino dos resíduos
humanos e animais poderia evitar varias doenças, sem falar na diminuição do gasto
público com a saúde destas pessoas. Através do georeferenciamento das casas, os
poços de saúde, é possível criar um plano de estruturação para dar mais informação as
pessoas que não dão o destino certo aos seus resíduos, que acaba prejudicando a
elas mesmas e ao meio ambiente.
A identificação e mapeamento dos impactos ambientais na microbacia do córrego
Marivan (Araraquara/Sp - Brasil) O uso e ocupação do território da microbacia do
Marivan, vem causando uma perda na qualidade da água que a cidade recebe devido
ao córrego em questão, que vem a ser um dos principais responsáveis pelo
abastecimento da água da cidade. As atividades antrópicas vêm causando impactos
ambientais consideráveis. Através da criação de um sistema de geoprocessamento
podemos avaliar com mais cautela as áreas em que há uma maior degradação, de
modo em que possamos diminuir ao maximo, os impactos ambientais, melhorando a
qualidade de vida das pessoas.
A utilização de geotecnologias no mapeamento de recursos hídricos em estudo de
caso da bacia do Córrego do Pinto (Três Lagoas/Ms – Brasil), foi importante para que
houvesse um idéia de quais impactos ambientais estavam sendo gerados devido as
atividades agrícolas, e neste caso em especial a áreas de pastagens. Assim por
ferramentas de geoprocessamento, pode se fazer um planejamento futuro dessa bacia
hidrográfica, e com os resultados desse manuseio proporcionarão diminuição nos
impactos ambientais.
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